• Executivo reitera aposta nas energias renováveis


    O secretário de Estado para o Petróleo e Gás reiterou, quinta-feira, em Luanda, a aposta do Executivo em congregar sinergias entre o sector público e privado no sentido de diversificar a matriz energética nacional, com predominância para as fontes limpas e renováveis, na perspectiva do cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

    José Alexandre Barroso discursava na abertura do Seminário sobre “Desenvolvimento do Biogás em Angola: Desafios e Oportunidades”, promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), em parceria com a Sonangol, Associação Angolana de Energias Renováveis (AAER), Universidade Católica de Angola e o Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTC), no qual especialistas falaram das vantagens económicas e sociais da produção do biogás.

    O governante, que falava em representação do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, deixou vincada a sua convicção de que a materialização de uma indústria consistente e capaz de aproveitar as vantagens comparativas que o país dispõe para produzir biogás deve assentar na maior articulação entre a academia, o sector produtivo, os reguladores e o Governo, criando sinergias para acelerar a implementação de projectos, identificar estratégias para o aproveitamento energético dos resíduos, com impacto positivo nos sectores agrícola, industrial e energético.

    José Barroso foi categórico em dar relevância à partilha de experiências internacionais de sucesso, adaptando-as à realidade angolana, um exercício que, na sua óptica, tem escopo no fomento do desenvolvimento de conteúdo local, por formas a garantir que o país não se limite ao consumo de tecnologia, mas também possa produzir conhecimento e soluções inovadoras.

    O secretário de Estado sustentou a sua tese com o facto de o biogás ser, hoje, considerado um vector essencial da economia circular, permitindo a valorização de resíduos orgânicos, convertendo-os em energia limpa, economicamente viável e sustentável, “oferecendo mais soluções para a diversificação da nossa matriz energética”.

    Durante muito tempo, lembrou, o paradigma energético do país tem-se baseado na extracção de recursos fósseis do subsolo e a sua transformação em energia, descartando quase que completamente a utilização das enormes quantidades de resíduos gerados no dia-a-dia, devido “ao modo de vida das nossas sociedades”.

    “O biogás inverte essa lógica, porque não é apenas uma fonte de energia, mas o elo que liga a produção de energia à gestão de resíduos”, sublinhou José Barroso, para quem a sua integração na cadeia de valor dos resíduos pode contribuir para o desenvolvimento da economia circular e a criação de outras fontes de energia que poderão participar na diversificação da matriz energética nacional.