O ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse, esta segunda-feira, em Argel (Argélia), que o Processo de ORAN tem sido determinante para fortalecer a capacidade africana de influenciar decisões no Conselho de Segurança da ONU.
Téte António participou no décimo segundo Seminário de Alto Nível sobre Paz e Segurança em África, para melhorar a cooperação entre o Conselho de Paz e Segurança da União Africana e os países africanos que representam o continente no Conselho de Segurança das Nações Unidas como membros não permanentes.
O chefe da diplomacia angolana sublinhou a oportunidade do debate interactivo sobre as tendências actuais da situação global de paz e segurança em África, reconhecendo ser um espaço que se consolidou como instrumento essencial para a harmonização das posições africanas no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Disse que o continente africano continua confrontado com desafios complexos, designadamente terrorismo e extremismo violento, instabilidade político-militar, fluxos ilícitos transfronteiriços, crises humanitárias agravadas pelas alterações climáticas e tensões entre comunidades num contexto de pobreza persistente.
Téte António abordou questões relacionadas com a região do Sahel, Leste da República Democrática do Congo, Sudão, Corno de África, Líbia e Norte de Moçambique que ainda permanecem em situação preocupante, enfatizando que “Angola entende que nenhum país vence sozinho o extremismo violento”.
Na qualidade de presidente do Conselho Executivo da União Africana, Téte António sublinhou que “a paz em África não será conquistada apenas por mecanismos militares, mas por uma abordagem integrada que combine segurança, justiça social, cooperação regional e construção de instituições fortes”.
Recordou a necessidade urgente de financiamento sustentável para as operações de apoio à paz da União Africana, contando com a solidariedade da comunidade internacional.
Destacou o envolvimento contínuo de Angola nos processos de pacificação na região dos Grandes Lagos, na mediação e apoio diplomático nos esforços regionais da SADC, e na defesa sistemática do diálogo inclusivo como caminho para a estabilidade duradoura.
Iniciado em 2013 e denominado “Processo de Oran”, o seminário de alto nível visa ajudar os membros africanos recém-eleitos ao Conselho de Segurança da ONU a se prepararem para as suas responsabilidades.
Os membros não permanentes representantes de África, integrados num chamado mecanismo A-3, reveem avanços, desafios, lições aprendidas e boas práticas relacionadas à paz e segurança no continente, visando “fortalecer a voz da África, sobretudo no Conselho de Segurança da ONU, promovendo posições comuns, em nome do continente africano”, esclarece uma nota.
Discursaram na reunião, Ahmed Attaf, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Argélia, igualmente coordenador dos membros africanos no Conselho de Segurança da ONU, e Mahmoud Ali Youssouf, presidente da Comissão da União Africana.
Durante o seminário, foi apresentado o vídeo e o manual sobre as modalidades para o reforço da coordenação entre o Conselho de Paz e Segurança da União Africana e os países africanos membros do Conselho de Segurança da ONU, contendo os termos de referência e um conjunto de orientações que facilitem o seu eficiente desempenho, em nome do continente.